O Sapo Silvino e a Rã Martinica
Silvino o sapo se achava o tal
Na grande lagoa era o maioral
Vivia alardeando a sua beleza
A casa bonita, o ouro a riqueza
Não dava bom dia nem pra cotia
Banquete de insetos todos os dias
Na casa de luxo, de amigos vazia
Pensava assim, sentir a alegria
A rã Martinica tentava ensinar
Ao sapo Silvino a compartilhar
O valor da paz, da sincera amizade
A prática contínua da simplicidade.
De nada valia os sábios conselhos
Silvino se achava bonito no espelho
Zombava de todos sem sentir pena
Cego não via a sua alma pequena
Até que um dia sob sol escaldante
Assistiu a partida da rã Martinica
Dizendo que iria para a Costa Rica
Na companhia de Estrela, a cotia.
Aos poucos os bichos se foram
A água sumira até nas barragens
Silvino se viu de repente sozinho
Triste paisagem, escuro caminho.
Sozinho na margem da triste lagoa
Sentiu que assim a vida não é boa
Chorou solitário diante do vazio
Saltou apressado em busca do rio
No fim da tarde ao ver a água farta
Mudou de atitude, buscou amizades
Fez-se gentil, mostrou simplicidade
Aprendeu aos poucos sobre felicidade
Ninguém será melhor que o outro
Tampouco é capaz de viver sozinho
Silvino aprendeu, em tempo a lição
Hoje revela, um grande coração!
( Ana Stoppa)
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